Esporte: corpo e mente serão apresentados neste trabalho de forma a integrar diversas áreas, sendo elas respectivamente: Bases Morfofisiológicas do Sistema Nervoso (BMF), Genética, Fenomenologia e Psicossociais. Embora as disciplinas tenham focos diferentes e estudem as relações entre o sujeito e o esporte de forma fragmentada, é de fundamental importância entender essas relações de forma multifacetada sendo este o objetivo final deste trabalho. Esta abordagem multifacetada abordará a história do esporte e sua relação com a sociedade e o corpo. Será abordado também os benefícios e malefícios da prática do esporte com ênfase nos aspectos comuns a todos e a visão da experiência do sujeito com o intuito de recuperar o sentido atribuído ao esporte. É necessária essa visão integrada, já que a prática esportiva engloba diversos aspectos, pois, o sujeito não é só gênero, biótipo ou mente, o sujeito e suas práticas são biopsicossocial.
Tem-se pelo senso comum a ideia do papel do esporte vinculada à uma melhor qualidade de vida, tanto fisiologicamente quanto socialmente, mas existem várias versões quanto à origem do esporte, e seu papel ao longo da história. Uma corrente de historiadores diz que emergiram da grécia, com a prática dos jogos olímpicos, na grécia antiga, por exemplo, eles acreditavam que uma das essências da prática esportiva era o condicionamento do corpo para que ele fosse um veículo adequado para a mente, e na época das olimpíadas era estabelecido que as províncias não poderiam se atacar durante os jogos, além disso, de forma implícita, um dos papéis dos jogos era demonstrar, através dos ganhadores, o bom treinamento militar das províncias, por isso as provas eram baseadas nisso.
Alguns historiadores citam o “pão e circo”, da civilização romana, que apesar de ser considerada uma forma de esporte, era uma espetacularização sangrenta, que incentivava o pensamento de supremacia dos espectadores, que eram cidadãos assistindo gladiadores que em geral eram prisioneiros de guerra, enquanto que politicamente era uma estratégia de entretenimento e distração do povo, para mascarar as falhas do governo. Isso se perde um pouco na época do feudalismo, em que as competições eram mobiliárias e restrita aos nobres, como forma de aprimoramento militar, o esporte visto como privilégio. Mas em 1896, Pierre Coubertin decide resgatar o “espírito olímpico”, trazendo a idéia de harmonia e fraternidade, com a intenção de utilizar o esporte para unir as nações, porém, além de ser um resgate de algo que na realidade não existiu, pois na grécia antiga não se tinha esse “espírito de fraternidade” como já foi dito anteriormente, o contexto de tensões que estavam emergindo na transição do séc. XIX e Séc. XX, e logo após a vinda da Grande guerra, não ajudaram.
Após a Grande Guerra os jogos olímpicos voltam a acontecer, e a ideia de fraternidade se desmancha mais ainda, isso pôde ser revelado, também, a partir dos cartazes utilizados na época, que ressaltavam não mais o símbolo dos jogos olímpicos, e sim o país sediador, mostrando que os jogos haviam deixado de ser encontro das nações para se tornarem um evento do país, e uma forma de demonstração nacionalista. Um exemplo disso foram os jogos olímpicos de Berlim, em que Hittler tinha como objetivo mostrar a supremacia ariana nas competições, conseguindo até transmissões de rádio para toda a Europa, mas acabou tendo como vencedor um norte americano, Jesse Owens, homem negro, o que para Hittler era uma completa humilhação.
Em resumo podemos perceber como o esporte se tornou um reflexo das questões políticas, em específico, na américa do sul podemos citar as propagandas nacionalista durante o regime militar brasileiro e argentino com relação ao futebol ligado ao nacionalismo, em que torcer pela nação nos jogos era ser um verdadeiro apoiador do seu país, o que acabava gerando um conflito de interesses quando se tratava de ser um crítico do governo, pois a vitória da nação nos jogos estava ligado agora ao sucesso do governo, esse paradigma era causado intencionalmente, com base na grande influência do esporte. Com isso, também, o esporte se revela como mercado, pois ao sediar uma olimpíada ou copa os países pretendem demonstrar-se como potências políticas e econômicas, e isso se dá até a atualidade.
Trazendo para um contexto brasileiro de ausência de uma boa educação pública, por exemplo, o esporte pode ainda ser visto como uma forma de ascensão social, pois muitos jovens conseguem melhorar as expectativas de vida a partir da participação nesse ambiente esportivo, mas não podemos deixar de ressaltar que apenas algumas modalidades (consideradas de alto rendimento) e categorias masculinas são mais valorizadas no Brasil, e porque?
Para iniciarmos esse raciocínio vamos pensar um pouco sobre a separação de categorias por gênero no esporte. Para algumas pessoas essa separação é considerada por questões de capacidades biológicas relacionadas diretamente ao sexo, pois o homem é considerado, para a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, como maior possuidor de massa muscular em termos relativos e absolutos, porém estudos recentes demonstram que existem apenas três critérios biológicos para a separação dos sexos no esporte, os homens teriam vantagens genéticas em esportes que exigem maior força muscular no tórax e nos braços, enquanto as mulheres em esportes em que necessitam mais gordura subcutânea ou maior flexibilidade muscular.
Há ainda um quarto critério razoável, a divisão em esportes nos quais há contato físico direto entre os participante é justificada pela maior força muscular dos homens pois podem causar lesões, contusões ou ferimentos, isso se dá porque ainda predomina-se a percepção das mulheres como sexo frágil.
Porém, existem autores, como Jorge Knijnik - autor do livro A Mulher Brasileira e o Esporte, que afirmam que esta separação não tem raízes biológicas e sim sociais, pois “mensurar as diferenças físicas ou biológicas entre homens e mulheres teria relevância apenas se conseguíssemos apagar os efeitos de aspectos históricos e sociais envolvidos no desenvolvimento da mulher no esporte”, defende que vários fatores podem influenciar no rendimento das atletas, tais como o próprio limitar do rendimento em prol de uma não formação muscular considerada masculina socialmente, ou por questões de financiamento que em comparação com a modalidade masculina é bem menor com relação aos investimentos de patrocinadores, e da divulgação dos meios de comunicação em massa, e aponta isso como um possível fator de diminuição da competitividade nas competições.
Entretanto se desconsiderarmos esses fatores como influenciadores do rendimento, ainda sim não se justifica essa divisão em todas as modalidades esportivas, tais como Tiro ao alvo, Automobilismo, Ciclismo, Vôlei, Salto triplo, Salto em altura e Corrida, em que o mais lógico seria a separação por categorias de idade, altura, peso ou alguma outra característica mensurável que não seja necessariamente ligada ao sexo. Mas qual a importância de toda essa discussão afinal?
A normalização desses aspectos apontados sociais, a partir de justificativas biológicas generalizadas causam a repressão de minorias dentro do ambiente esportivo, abrindo espaço para a instituição de padrões como virilidade, eficácia e heteronormatividade sendo algo superior, o que acaba deslegitimando e inferiorizando outros corpos dissonantes, e dando brecha para a expressão de diversos preconceitos, como a lgbtfobia e o machismo, como consequência disso temos uma enorme desigualdade de gênero e heteronormatividades compulsórias, como exemplo podemos citar o caso de jogadores gays, que só revelam sua sexualidade após o encerramento de suas carreiras, por saberem que ao revelarem antes poderiam ser expulsos dos clubes, ou sofrerem agressões psicológicas e físicas, como foi o caso de Ryan O'Callaghan, ex jogador dos Patriots e Chiefs.
Sendo assim, a ocupação desses corpos dissonantes no esporte tensiona os limites e fronteiras instituídos pelos padrões, um exemplo disso é o famoso caso da jogadora de vôlei Tiffany, que tem um rendimento altíssimo na sua modalidade e por ser uma mulher trans é constantemente questionada quanto a sua validação na participação da categoria feminina, pois seria uma forma de vantagem sobre as mulheres cis, por possuir “um corpo masculino”. Diante do caso, o COI (Comitê olímpico internacional), regulamentou em novembro de 2015, que mulheres trans, como Tifanny, precisam se declarar sob o novo gênero (reconhecimento civil) e ter a quantidade de testosterona controlada para poder competir em equipes femininas. O nível permitido é de até 10 nanomol de testosterona por litro de sangue nos 12 meses anteriores à competição. Os testes da jogadora, por exemplo, costumam apontar 0,2 nanomol/l, e mesmo assim é frequentemente contestada à sua participação nas competições.
Tendo isso em vista, revelam-se necessárias pesquisas que abordem essas perspectivas, que durante muito tempo foram ignoradas por falta de corpos que instiguem essas discussões ocupando esses espaços, por motivos de repressão direta a eles.
Pesquisas na área da genética do esporte buscam entender qual motivo que leva algumas pessoas a se tornarem atletas de alto rendimento e outras não. Um fator de grande importância é a relação entre fibras musculares (do tipo: rápidas, lentas ou híbridas) e o tipo de esportes praticado pela pessoa.
As fibras musculares rápidas são produzidas por um gene, ACTN3 (alfa-actinina-3), localizado no cromossomo 11, quem possui esse gene tem uma facilidade em esportes que precisam de potência e velocidade como por exemplo: corridas curtas, golpes de judô e boas cortadas no vôlei.
As fibras musculares lentas são produzidas por uma mutação de substituição, do gene actn3, na qual a uma troca do nucleotídeo C, citosina, por T, timina, da posição 1747 do Éxon 16. Essa mutação resulta em uma conversão do códon para o aminoácido arginina para um stop codon no resíduo 577 (R577X), o que acarreta na formação não-funcional da Ⲁ-actinina-3 (apud YANG,1999). Quem possui essa mutação tem fibras musculares ideais para esportes de esforço prolongado: 150 metros na natação, longas provas de ciclismo e maratona.
pessoas homozigóticas com a mutação (genótipo XX) produzem as fibras lentas já comentadas, porém as heterozigoticas (genótipo RX) ou as que possuem apenas um alelo funcional no caso o R possuem musculatura híbrida, essas fibras não são ideais para esportes de velocidade e potência como as rápidas e nem para os esportes de esforço prolongado como as lentas, porém são necessárias em esportes que necessitam habilidades mistas como o basquete e o tênis.
uma pesquisa realizada pelo esporte espetacular realizou o teste de mapeamento genético em nove (9) atletas profissionais buscando descobrir se a relação entre essas fibras musculares e o tipo de esporte praticado é determinista, no qual foi possível notar que oito (8) dos atletas possuem fibras ideais para sua respectiva prática esportiva, porém um (1) deles não possuía a fibra ideal para as provas de maratonas o que comprova que embora o gene alfa-actinina-3 seja de grande importância para o alto desenvolvimento na prática esportiva ainda sim não é o único responsável pelo desempenho de atletas sendo necessário entender outras fatores como por exemplo as relações a história desse atleta, a relação entre gênero e esporte (tendo em vista que o meio esportista é extremamente homofóbico), a saúde mental do atleta e o significado de esporte para ele.
Alguns historiadores citam o “pão e circo”, da civilização romana, que apesar de ser considerada uma forma de esporte, era uma espetacularização sangrenta, que incentivava o pensamento de supremacia dos espectadores, que eram cidadãos assistindo gladiadores que em geral eram prisioneiros de guerra, enquanto que politicamente era uma estratégia de entretenimento e distração do povo, para mascarar as falhas do governo. Isso se perde um pouco na época do feudalismo, em que as competições eram mobiliárias e restrita aos nobres, como forma de aprimoramento militar, o esporte visto como privilégio. Mas em 1896, Pierre Coubertin decide resgatar o “espírito olímpico”, trazendo a idéia de harmonia e fraternidade, com a intenção de utilizar o esporte para unir as nações, porém, além de ser um resgate de algo que na realidade não existiu, pois na grécia antiga não se tinha esse “espírito de fraternidade” como já foi dito anteriormente, o contexto de tensões que estavam emergindo na transição do séc. XIX e Séc. XX, e logo após a vinda da Grande guerra, não ajudaram.
Após a Grande Guerra os jogos olímpicos voltam a acontecer, e a ideia de fraternidade se desmancha mais ainda, isso pôde ser revelado, também, a partir dos cartazes utilizados na época, que ressaltavam não mais o símbolo dos jogos olímpicos, e sim o país sediador, mostrando que os jogos haviam deixado de ser encontro das nações para se tornarem um evento do país, e uma forma de demonstração nacionalista. Um exemplo disso foram os jogos olímpicos de Berlim, em que Hittler tinha como objetivo mostrar a supremacia ariana nas competições, conseguindo até transmissões de rádio para toda a Europa, mas acabou tendo como vencedor um norte americano, Jesse Owens, homem negro, o que para Hittler era uma completa humilhação.
Em resumo podemos perceber como o esporte se tornou um reflexo das questões políticas, em específico, na américa do sul podemos citar as propagandas nacionalista durante o regime militar brasileiro e argentino com relação ao futebol ligado ao nacionalismo, em que torcer pela nação nos jogos era ser um verdadeiro apoiador do seu país, o que acabava gerando um conflito de interesses quando se tratava de ser um crítico do governo, pois a vitória da nação nos jogos estava ligado agora ao sucesso do governo, esse paradigma era causado intencionalmente, com base na grande influência do esporte. Com isso, também, o esporte se revela como mercado, pois ao sediar uma olimpíada ou copa os países pretendem demonstrar-se como potências políticas e econômicas, e isso se dá até a atualidade.
Trazendo para um contexto brasileiro de ausência de uma boa educação pública, por exemplo, o esporte pode ainda ser visto como uma forma de ascensão social, pois muitos jovens conseguem melhorar as expectativas de vida a partir da participação nesse ambiente esportivo, mas não podemos deixar de ressaltar que apenas algumas modalidades (consideradas de alto rendimento) e categorias masculinas são mais valorizadas no Brasil, e porque?
Para iniciarmos esse raciocínio vamos pensar um pouco sobre a separação de categorias por gênero no esporte. Para algumas pessoas essa separação é considerada por questões de capacidades biológicas relacionadas diretamente ao sexo, pois o homem é considerado, para a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, como maior possuidor de massa muscular em termos relativos e absolutos, porém estudos recentes demonstram que existem apenas três critérios biológicos para a separação dos sexos no esporte, os homens teriam vantagens genéticas em esportes que exigem maior força muscular no tórax e nos braços, enquanto as mulheres em esportes em que necessitam mais gordura subcutânea ou maior flexibilidade muscular.
Há ainda um quarto critério razoável, a divisão em esportes nos quais há contato físico direto entre os participante é justificada pela maior força muscular dos homens pois podem causar lesões, contusões ou ferimentos, isso se dá porque ainda predomina-se a percepção das mulheres como sexo frágil.
Porém, existem autores, como Jorge Knijnik - autor do livro A Mulher Brasileira e o Esporte, que afirmam que esta separação não tem raízes biológicas e sim sociais, pois “mensurar as diferenças físicas ou biológicas entre homens e mulheres teria relevância apenas se conseguíssemos apagar os efeitos de aspectos históricos e sociais envolvidos no desenvolvimento da mulher no esporte”, defende que vários fatores podem influenciar no rendimento das atletas, tais como o próprio limitar do rendimento em prol de uma não formação muscular considerada masculina socialmente, ou por questões de financiamento que em comparação com a modalidade masculina é bem menor com relação aos investimentos de patrocinadores, e da divulgação dos meios de comunicação em massa, e aponta isso como um possível fator de diminuição da competitividade nas competições.
Entretanto se desconsiderarmos esses fatores como influenciadores do rendimento, ainda sim não se justifica essa divisão em todas as modalidades esportivas, tais como Tiro ao alvo, Automobilismo, Ciclismo, Vôlei, Salto triplo, Salto em altura e Corrida, em que o mais lógico seria a separação por categorias de idade, altura, peso ou alguma outra característica mensurável que não seja necessariamente ligada ao sexo. Mas qual a importância de toda essa discussão afinal?
A normalização desses aspectos apontados sociais, a partir de justificativas biológicas generalizadas causam a repressão de minorias dentro do ambiente esportivo, abrindo espaço para a instituição de padrões como virilidade, eficácia e heteronormatividade sendo algo superior, o que acaba deslegitimando e inferiorizando outros corpos dissonantes, e dando brecha para a expressão de diversos preconceitos, como a lgbtfobia e o machismo, como consequência disso temos uma enorme desigualdade de gênero e heteronormatividades compulsórias, como exemplo podemos citar o caso de jogadores gays, que só revelam sua sexualidade após o encerramento de suas carreiras, por saberem que ao revelarem antes poderiam ser expulsos dos clubes, ou sofrerem agressões psicológicas e físicas, como foi o caso de Ryan O'Callaghan, ex jogador dos Patriots e Chiefs.
Sendo assim, a ocupação desses corpos dissonantes no esporte tensiona os limites e fronteiras instituídos pelos padrões, um exemplo disso é o famoso caso da jogadora de vôlei Tiffany, que tem um rendimento altíssimo na sua modalidade e por ser uma mulher trans é constantemente questionada quanto a sua validação na participação da categoria feminina, pois seria uma forma de vantagem sobre as mulheres cis, por possuir “um corpo masculino”. Diante do caso, o COI (Comitê olímpico internacional), regulamentou em novembro de 2015, que mulheres trans, como Tifanny, precisam se declarar sob o novo gênero (reconhecimento civil) e ter a quantidade de testosterona controlada para poder competir em equipes femininas. O nível permitido é de até 10 nanomol de testosterona por litro de sangue nos 12 meses anteriores à competição. Os testes da jogadora, por exemplo, costumam apontar 0,2 nanomol/l, e mesmo assim é frequentemente contestada à sua participação nas competições.
Tendo isso em vista, revelam-se necessárias pesquisas que abordem essas perspectivas, que durante muito tempo foram ignoradas por falta de corpos que instiguem essas discussões ocupando esses espaços, por motivos de repressão direta a eles.
Pesquisas na área da genética do esporte buscam entender qual motivo que leva algumas pessoas a se tornarem atletas de alto rendimento e outras não. Um fator de grande importância é a relação entre fibras musculares (do tipo: rápidas, lentas ou híbridas) e o tipo de esportes praticado pela pessoa.
As fibras musculares rápidas são produzidas por um gene, ACTN3 (alfa-actinina-3), localizado no cromossomo 11, quem possui esse gene tem uma facilidade em esportes que precisam de potência e velocidade como por exemplo: corridas curtas, golpes de judô e boas cortadas no vôlei.
As fibras musculares lentas são produzidas por uma mutação de substituição, do gene actn3, na qual a uma troca do nucleotídeo C, citosina, por T, timina, da posição 1747 do Éxon 16. Essa mutação resulta em uma conversão do códon para o aminoácido arginina para um stop codon no resíduo 577 (R577X), o que acarreta na formação não-funcional da Ⲁ-actinina-3 (apud YANG,1999). Quem possui essa mutação tem fibras musculares ideais para esportes de esforço prolongado: 150 metros na natação, longas provas de ciclismo e maratona.
pessoas homozigóticas com a mutação (genótipo XX) produzem as fibras lentas já comentadas, porém as heterozigoticas (genótipo RX) ou as que possuem apenas um alelo funcional no caso o R possuem musculatura híbrida, essas fibras não são ideais para esportes de velocidade e potência como as rápidas e nem para os esportes de esforço prolongado como as lentas, porém são necessárias em esportes que necessitam habilidades mistas como o basquete e o tênis.
uma pesquisa realizada pelo esporte espetacular realizou o teste de mapeamento genético em nove (9) atletas profissionais buscando descobrir se a relação entre essas fibras musculares e o tipo de esporte praticado é determinista, no qual foi possível notar que oito (8) dos atletas possuem fibras ideais para sua respectiva prática esportiva, porém um (1) deles não possuía a fibra ideal para as provas de maratonas o que comprova que embora o gene alfa-actinina-3 seja de grande importância para o alto desenvolvimento na prática esportiva ainda sim não é o único responsável pelo desempenho de atletas sendo necessário entender outras fatores como por exemplo as relações a história desse atleta, a relação entre gênero e esporte (tendo em vista que o meio esportista é extremamente homofóbico), a saúde mental do atleta e o significado de esporte para ele.
Benefícios da prática de exercícios físicos
Além dos benefícios físicos como fortalecimento dos músculos, resistência muscular e queima de calorias, a prática esportiva também envolve benefícios mentais que incluem, entre outras coisas, melhora do humor e aumento da concentração. É importante destacar que o praticante de esportes, também é um praticante de exercícios e atividades físicas, que com as quais busca alcançar um melhor condicionamento físico e, consequentemente, um melhor desempenho.
A prática do exercício físico quando feita sob orientações corretas, é de grande benefício não só para atletas profissionais mas também para os praticantes em geral, provocando alterações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, o que faz com que possam ser considerados uma intervenção não-medicamentosa, entre outras coisas, para auxílio no tratamento da depressão, da qualidade das funções cognitivas e do sono.
Entre as hipóteses da eficácia da utilização dos exercícios no auxílio do tratamento da depressão, temos os mecanismos psicológicos da interação social e distração de Sachs (onde as práticas proporcionariam distrações das preocupações) e, além dela, os mecanismos fisiológicos e bioquímicos, entre eles, a hipótese das Aminas, onde pessoas com quadros depressivos apresentariam uma baixa quantidade de produção da serotonina, dopamina e norepinefrina e a prática de exercícios físicos provocaria uma estimulação na produção desses neurotransmissores. Outra hipótese seria a da endorfina, o neuro-hormônio produzido pela glândula hipófise seria responsável por um efeito anestésico em relação a dor e produziria um efeito de euforia no praticante (GODOY, R. F.).
Os baixos níveis de serotonina, além de poder influenciar nos quadros depressivos, podem influenciar também a qualidade do sono, já que esses baixos níveis reduzem o número de sinapses e, por consequência, os níveis da melatonina (hormônio do sono) também abaixam (DANTE, M.). Além da serotonina, há outras hipóteses sobre mecanismos que influenciam o sono. Entre ela encontra-se a termorregulatória, acredita-se que a partir do aumento da temperatura corporal produzida pelo exercício físico, a inicialização do sono seria auxiliada por um mecanismo de dissipação desse calor que induz o sono, mecanismo esse controlado pelo hipotálamo (CALLARD, D., et al., apud MELLO, M. T., et al.).
A segunda hipótese chamada de conservação de energia, diz que o gasto de energia provocado pela prática dos exercícios induz uma necessidade de dormir, a fim de que novamente haja um equilíbrio energético e que se tenha a condição necessária para o próximo ciclo de vigília. A última hipótese se relaciona com a segunda, pois traz que uma alta atividade catabólica durante a vigília aumentaria a necessidade do sono, favorecendo a necessidade anabólica (EDWARDS B., et al., apud MELLO, M. T., et al.).
No âmbito das funções cognitivas, o exercício físico reduz os riscos do praticante, em comparação com a pessoa sedentária, de ter disfunções mentais. A prática regular de atividades físicas também inclui benefícios como o aumento do transporte de oxigênio para o cérebro e para a integridade cerebrovascular (MCAULEY, E.; RUDOLPH, D. apud MELLO, M. T., et al.). Algumas das hipóteses para essa contribuição do exercício para as funções cognitivas são alterações hormonais nas catecolaminas, no adrenocorticotrófico (ACTH), na vasopressina e na beta-endorfina que são substâncias presentes tanto na regulação da memória quanto no processo homeostático do exercício (SANTOS, D.; MILANO, M.; ROSAT, R.)
Pesquisas realizadas em camundongos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade de Columbia (Estados Unidos), mostraram que o hormônio insirina liberado em maior quantidade quando há prática de exercícios, pode prevenir a perda de memória em situações relacionadas ao Alzheimer. Apesar de se saber dos benefícios da prática para o não avanço de transtornos neurodegenerativos e os benéficos para as funções cognitivas, é preciso mais pesquisas para entender a ação e interação desse hormônio com o cérebro (ROBINSON, D.).
Porém, apesar de todos os benefícios citados acima, deve-se reconhecer a existência da prática excessiva de exercícios físicos por parte de algumas pessoas, apesar de não haver evidências suficientes para confirmar, há algumas teorias sobre os reforços positivos e negativos que causariam essa dependência. Os positivos seriam em relação ao aumento dos neurotransmissores dopamina e endorfina, principais das vias neurais do prazer e os reforços negativos estariam relacionados com a redução ou até a extinção de desconfortos físicos e/ou psíquicos (MELLO, M. T.; BOSCOLO, R. A.; MACULANO, A. E.; TUFIK, S.).
Diante do que foi apresentado, conclui-se que a prática de exercícios regulares é benéfica não somente para aspectos físicos, mas também para melhoria do sono e seus distúrbios, para aspectos psicológicos e seus transtornos como a depressão, e aspectos cognitivos como a memória.
A prática do exercício físico quando feita sob orientações corretas, é de grande benefício não só para atletas profissionais mas também para os praticantes em geral, provocando alterações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, o que faz com que possam ser considerados uma intervenção não-medicamentosa, entre outras coisas, para auxílio no tratamento da depressão, da qualidade das funções cognitivas e do sono.
Entre as hipóteses da eficácia da utilização dos exercícios no auxílio do tratamento da depressão, temos os mecanismos psicológicos da interação social e distração de Sachs (onde as práticas proporcionariam distrações das preocupações) e, além dela, os mecanismos fisiológicos e bioquímicos, entre eles, a hipótese das Aminas, onde pessoas com quadros depressivos apresentariam uma baixa quantidade de produção da serotonina, dopamina e norepinefrina e a prática de exercícios físicos provocaria uma estimulação na produção desses neurotransmissores. Outra hipótese seria a da endorfina, o neuro-hormônio produzido pela glândula hipófise seria responsável por um efeito anestésico em relação a dor e produziria um efeito de euforia no praticante (GODOY, R. F.).
Os baixos níveis de serotonina, além de poder influenciar nos quadros depressivos, podem influenciar também a qualidade do sono, já que esses baixos níveis reduzem o número de sinapses e, por consequência, os níveis da melatonina (hormônio do sono) também abaixam (DANTE, M.). Além da serotonina, há outras hipóteses sobre mecanismos que influenciam o sono. Entre ela encontra-se a termorregulatória, acredita-se que a partir do aumento da temperatura corporal produzida pelo exercício físico, a inicialização do sono seria auxiliada por um mecanismo de dissipação desse calor que induz o sono, mecanismo esse controlado pelo hipotálamo (CALLARD, D., et al., apud MELLO, M. T., et al.).
A segunda hipótese chamada de conservação de energia, diz que o gasto de energia provocado pela prática dos exercícios induz uma necessidade de dormir, a fim de que novamente haja um equilíbrio energético e que se tenha a condição necessária para o próximo ciclo de vigília. A última hipótese se relaciona com a segunda, pois traz que uma alta atividade catabólica durante a vigília aumentaria a necessidade do sono, favorecendo a necessidade anabólica (EDWARDS B., et al., apud MELLO, M. T., et al.).
No âmbito das funções cognitivas, o exercício físico reduz os riscos do praticante, em comparação com a pessoa sedentária, de ter disfunções mentais. A prática regular de atividades físicas também inclui benefícios como o aumento do transporte de oxigênio para o cérebro e para a integridade cerebrovascular (MCAULEY, E.; RUDOLPH, D. apud MELLO, M. T., et al.). Algumas das hipóteses para essa contribuição do exercício para as funções cognitivas são alterações hormonais nas catecolaminas, no adrenocorticotrófico (ACTH), na vasopressina e na beta-endorfina que são substâncias presentes tanto na regulação da memória quanto no processo homeostático do exercício (SANTOS, D.; MILANO, M.; ROSAT, R.)
Pesquisas realizadas em camundongos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade de Columbia (Estados Unidos), mostraram que o hormônio insirina liberado em maior quantidade quando há prática de exercícios, pode prevenir a perda de memória em situações relacionadas ao Alzheimer. Apesar de se saber dos benefícios da prática para o não avanço de transtornos neurodegenerativos e os benéficos para as funções cognitivas, é preciso mais pesquisas para entender a ação e interação desse hormônio com o cérebro (ROBINSON, D.).
Porém, apesar de todos os benefícios citados acima, deve-se reconhecer a existência da prática excessiva de exercícios físicos por parte de algumas pessoas, apesar de não haver evidências suficientes para confirmar, há algumas teorias sobre os reforços positivos e negativos que causariam essa dependência. Os positivos seriam em relação ao aumento dos neurotransmissores dopamina e endorfina, principais das vias neurais do prazer e os reforços negativos estariam relacionados com a redução ou até a extinção de desconfortos físicos e/ou psíquicos (MELLO, M. T.; BOSCOLO, R. A.; MACULANO, A. E.; TUFIK, S.).
Diante do que foi apresentado, conclui-se que a prática de exercícios regulares é benéfica não somente para aspectos físicos, mas também para melhoria do sono e seus distúrbios, para aspectos psicológicos e seus transtornos como a depressão, e aspectos cognitivos como a memória.
O estresse a prática de esportes
O estresse é uma resposta de adaptação a um estímulo estressor que afeta a homeostasia do indivíduo e pode ser entendido em 3 níveis: cognitivo, fisiológico e comportamental (MARGIS, 2003).
A nível cognitivo, o estresse depende de como o indivíduo se relaciona como o ambiente e as situações que o cercam, variando então a avaliação que ele faz dos contextos em que se encontram, podendo esses serem agradáveis, aterrorizadores, confortáveis e etc (MARGIS, 2003).
A nível comportamental, o enfrentamento do estresse depende dos recursos previamente aprendidos pelo sujeito em sua história de vida. As diferentes respostas podem ser de fuga, enfrentamento, esquiva, passividade e etc (MARGIS, 2003).
A nível fisiológico, o estresse, enquanto estratégia de defesa e sobrevivência, ativa diversas estruturas anatômicas, como o sistema septo-hipocampal, a amígdala, o córtex pré-frontal, a porção ventral da matéria cinzenta periaquedutal do mesencéfalo, o hipotálamo e a via serotonérgica. Entre os neurotransmissores, os que podem ser relacionados ao estresse são a dopamina, a noradrenalina e a serotonina (MARGIS, 2003).
O termo ‘estressor’ pode ser usado para designar os estímulos no ambiente que exponham o sujeito a uma situação estressante. Como dito, para que um estímulo seja estressor, dependerá da relação do sujeito com ele (MARGIS,2003). No esporte, os atletas, a partir de suas expectativas de bons resultados e rendimento, podem ficar expostos a diversas situações que podem ser estressoras, como: errar em momentos decisivos, “perder um jogo praticamente ganho”, repetir os mesmos erros, entre outros. (apud BARROS,2004).
A constante exposição a estressores e a falta de recursos cognitivos e comportamentais para lidar com os próprios erros e as cobranças relacionadas ao rendimento podem expor atletas, treinadores e outros profissionais ligados ao esporte ao adoecimento psíquico. O burnout, sendo uma patologia caracterizada pela exaustão emocional e psíquica diante de uma demanda maior do que a que um sujeito pode lidar, pode ser uma das consequências relacionadas a uma má gestão do estresse no esporte(apud WEINBERG,2001).
Dentro de sua diversidade, o esporte surge como uma oportunidade de desenvolver várias potencialidades do ser humano, trabalhando sua autoestima e gerando bem-estar para quem o pratica (EPIPHANIO,2017). Dessa forma, quando tratamos da prática esportiva, estamos levando em consideração inúmeras interações, assim como a biológica e social, visto que essas não podem se dissociar do sujeito, a medida em que esse se insere no âmbito esportivo.
Falando nas interações acima citadas, podemos mencionar a questão da normatização das práticas esportivas – que leva em consideração tanto o biológico quanto o social, na qual há uma categorização dos indivíduos e do próprio esporte de forma a delimitar quem é adequado para cada um desses, assim, gerando privação dessas práticas e adoecimentos. Dessa maneira, faz-se necessário uma retomada à experiência daqueles que o praticam como forma de recuperar o sentido atribuído ao esporte além de promover o empoderamento daqueles que o praticam, pois, como trabalhado por (apud LAVOURA,2007) é necessário levar em consideração as emoções e sentimentos quando se trata do contexto esportivo.
Todos esses sentimentos e emoções vão surgir do modo como o atleta se enxerga. Sendo assim, dentro desse processo, existem fatores limitantes no que diz respeito ao sujeito não poder vivenciar de forma a se sentir inserido e representado, assim como a divisão binária entre masculino e feminino, para validação da competição que acaba excluindo a participação dos que não se enquadram nos moldes heteronormativos nos quais foram construídos as normas e diretrizes.
Vale ressaltar que essas normas e diretrizes foram construídas a partir de uma concepção da divisão de papéis de gêneros sociais. (apud CAMARGO,2017). Baseando-se ainda em Camargo e Kessler, é necessária que haja uma comunidade esportiva que seja inclusiva e essa só virá a existir se ocorrer a revisão do que fora construído até agora e que acaba por fortalecer esse padrão exclusivo. Uma das maneiras de construir essa comunidade, seria dando oportunidade para essas pessoas que se encontram excluídas, de se perceberem e de se empoderarem, desenvolvendo suas potencialidades a partir dessas experiências, diante do âmbito esportivo e, em continuidade, fazer um trabalho de educação generalizado.
Além disso, o esporte acaba por ser caracterizado como um ambiente competitivo e de busca por um alto rendimento, nesse ponto é importante frisar novamente a retomada a experiência do indivíduo como forma de repensar os padrões construídos no esporte, pois, como trabalhado por (RANIERI,2010) o atleta irá vivenciar o fenômeno esportivo da sua forma e terá objetivos e sentidos próprios para essa prática. Dito isso, as problemáticas provenientes desse modelo de alta performance esportiva devem ser trabalhadas de acordo com as subjetividades de cada atleta, exemplo disso, seria o estresse, abordado anteriormente neste trabalho e a própria noção de rendimento que geralmente é predeterminada por alguém externo e procuram ser explicadas tomando como base apenas fatores biológicos.
A nível cognitivo, o estresse depende de como o indivíduo se relaciona como o ambiente e as situações que o cercam, variando então a avaliação que ele faz dos contextos em que se encontram, podendo esses serem agradáveis, aterrorizadores, confortáveis e etc (MARGIS, 2003).
A nível comportamental, o enfrentamento do estresse depende dos recursos previamente aprendidos pelo sujeito em sua história de vida. As diferentes respostas podem ser de fuga, enfrentamento, esquiva, passividade e etc (MARGIS, 2003).
A nível fisiológico, o estresse, enquanto estratégia de defesa e sobrevivência, ativa diversas estruturas anatômicas, como o sistema septo-hipocampal, a amígdala, o córtex pré-frontal, a porção ventral da matéria cinzenta periaquedutal do mesencéfalo, o hipotálamo e a via serotonérgica. Entre os neurotransmissores, os que podem ser relacionados ao estresse são a dopamina, a noradrenalina e a serotonina (MARGIS, 2003).
O termo ‘estressor’ pode ser usado para designar os estímulos no ambiente que exponham o sujeito a uma situação estressante. Como dito, para que um estímulo seja estressor, dependerá da relação do sujeito com ele (MARGIS,2003). No esporte, os atletas, a partir de suas expectativas de bons resultados e rendimento, podem ficar expostos a diversas situações que podem ser estressoras, como: errar em momentos decisivos, “perder um jogo praticamente ganho”, repetir os mesmos erros, entre outros. (apud BARROS,2004).
A constante exposição a estressores e a falta de recursos cognitivos e comportamentais para lidar com os próprios erros e as cobranças relacionadas ao rendimento podem expor atletas, treinadores e outros profissionais ligados ao esporte ao adoecimento psíquico. O burnout, sendo uma patologia caracterizada pela exaustão emocional e psíquica diante de uma demanda maior do que a que um sujeito pode lidar, pode ser uma das consequências relacionadas a uma má gestão do estresse no esporte(apud WEINBERG,2001).
Dentro de sua diversidade, o esporte surge como uma oportunidade de desenvolver várias potencialidades do ser humano, trabalhando sua autoestima e gerando bem-estar para quem o pratica (EPIPHANIO,2017). Dessa forma, quando tratamos da prática esportiva, estamos levando em consideração inúmeras interações, assim como a biológica e social, visto que essas não podem se dissociar do sujeito, a medida em que esse se insere no âmbito esportivo.
Falando nas interações acima citadas, podemos mencionar a questão da normatização das práticas esportivas – que leva em consideração tanto o biológico quanto o social, na qual há uma categorização dos indivíduos e do próprio esporte de forma a delimitar quem é adequado para cada um desses, assim, gerando privação dessas práticas e adoecimentos. Dessa maneira, faz-se necessário uma retomada à experiência daqueles que o praticam como forma de recuperar o sentido atribuído ao esporte além de promover o empoderamento daqueles que o praticam, pois, como trabalhado por (apud LAVOURA,2007) é necessário levar em consideração as emoções e sentimentos quando se trata do contexto esportivo.
Todos esses sentimentos e emoções vão surgir do modo como o atleta se enxerga. Sendo assim, dentro desse processo, existem fatores limitantes no que diz respeito ao sujeito não poder vivenciar de forma a se sentir inserido e representado, assim como a divisão binária entre masculino e feminino, para validação da competição que acaba excluindo a participação dos que não se enquadram nos moldes heteronormativos nos quais foram construídos as normas e diretrizes.
Vale ressaltar que essas normas e diretrizes foram construídas a partir de uma concepção da divisão de papéis de gêneros sociais. (apud CAMARGO,2017). Baseando-se ainda em Camargo e Kessler, é necessária que haja uma comunidade esportiva que seja inclusiva e essa só virá a existir se ocorrer a revisão do que fora construído até agora e que acaba por fortalecer esse padrão exclusivo. Uma das maneiras de construir essa comunidade, seria dando oportunidade para essas pessoas que se encontram excluídas, de se perceberem e de se empoderarem, desenvolvendo suas potencialidades a partir dessas experiências, diante do âmbito esportivo e, em continuidade, fazer um trabalho de educação generalizado.
Além disso, o esporte acaba por ser caracterizado como um ambiente competitivo e de busca por um alto rendimento, nesse ponto é importante frisar novamente a retomada a experiência do indivíduo como forma de repensar os padrões construídos no esporte, pois, como trabalhado por (RANIERI,2010) o atleta irá vivenciar o fenômeno esportivo da sua forma e terá objetivos e sentidos próprios para essa prática. Dito isso, as problemáticas provenientes desse modelo de alta performance esportiva devem ser trabalhadas de acordo com as subjetividades de cada atleta, exemplo disso, seria o estresse, abordado anteriormente neste trabalho e a própria noção de rendimento que geralmente é predeterminada por alguém externo e procuram ser explicadas tomando como base apenas fatores biológicos.
Considerações finais
Portanto, visto essas interações do ser humano com o ambiente esportivo buscamos despertar o olhar, através do diálogo de diferentes áreas, para a ideia de que esse contexto é formado por sujeitos. Assim, é de extrema importância que se volte o olhar para o atleta e buscar compreendê-lo nesse contexto, de forma a tornar um ambiente acolhedor e facilitador para despertar as potencialidades do indivíduo e este possa aproveitar o bem-estar promovido por essa prática.
Referências
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BARROS, J.C.T.S.; BETTENCOURT, E.L.; FERREIRA, M.C.M.; JUNIO, D.R.; SATO, C.T.; SELINGARDI, D.. Situações de jogos como fonte de “stress” em modalidades esportivas coletivas. Rev. Educ. Fis.Esp.; São Paulo, v.18; n.4; p.385-95; out/dez. 2004.
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BARREIRA, C.R.A.;RANIERI,L.P.A superação esportiva vivenciada por atletas com deficiência visual: análise fenomenológica.Rev. bras. psicol. esporte vol.3 no.2 São Paulo dez. 2010. Disponivel em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-91452010000200005.
AQUINO, S.M.C.; BATISTA, R.P.R.;EPIPHANIO, E.H.; SILVA, E.M. O sentido do esporte para atletas com e sem deficiência: uma compreensão fenomenológica.Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, Brasília, v.7, n° 1, maio 2017.
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BRENO TOMÁS DE AQUINO SOUSA
DANILLO MENEZES BISPO MACHADO BUARQUE
EDVALDO MARQUES DE ARAÚJO
FERNANDA WALENTINA SOUSA DE OLIVEIRA
JAQUELINE SOUSA DE OLIVEIRA
MATHEUS DIAS MONTEIRO
SHERDSON EMANOEL DA SILVA XAVIER
DANILLO MENEZES BISPO MACHADO BUARQUE
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